A cirurgia digestiva é um conjunto de procedimentos cirúrgicos que têm como objetivo tratar doenças e condições que afetam o sistema gastrointestinal. Esses procedimentos podem envolver a remoção de partes do sistema digestivo, como o estômago, fígado e intestinos, e são necessários quando as condições clínicas não podem ser tratadas de forma conservadora.
O objetivo deste artigo é esclarecer:
- O que é a cirurgia digestiva
- Os tipos mais comuns de procedimentos
- A preparação necessária
- O que esperar durante a cirurgia
- Processo de recuperação.

Tipos de Cirurgias Digestivas
A cirurgia digestiva abrange uma variedade de procedimentos, cada um com suas indicações e objetivos específicos. A seguir, vamos explorar alguns dos tipos mais comuns de cirurgia digestiva para que possa conhecer e verificar com seu médico gastroenterologista qual o melhor para seu momento.
Cirurgia Bariátrica, uma solução para a obesidade mórbida
A cirurgia bariátrica é um dos tipos mais conhecidos de cirurgia digestiva, e sua principal indicação é para o tratamento da obesidade mórbida. Essa cirurgia visa reduzir o tamanho do estômago, o que leva à perda de peso significativa. Além de promover a redução de peso, a bariátrica pode melhorar ou até eliminar doenças associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono.
Existem diferentes técnicas de cirurgia bariátrica que você pode optar ao precisar fazer, como o bypass gástrico, a gastrectomia vertical (também popularmente conhecida como manga gástrica) e a cirurgia do balão intragástrico. A escolha do tipo de cirurgia que pode incluir remoção do estômago, depende das necessidades específicas de cada paciente e da recomendação do seu médico de confiança.
Cirurgia do Fígado – Hepatectomia e suas Indicações
A cirurgia do fígado, ou hepatectomia, como é conhecida, é realizada para tratar doenças hepáticas graves, como câncer de fígado, doenças inflamatórias ou até cirrose. A hepatectomia envolve a remoção parcial ou total do fígado, dependendo da gravidade da doença e da localização do tumor ou lesão.
Este tipo de cirurgia requer uma avaliação detalhada do estado de saúde do paciente e pode ser realizada de forma aberta ou laparoscópica. Em muitos casos, o fígado tem uma capacidade incrível de regeneração, o que significa que, após a cirurgia, ele pode se recuperar parcialmente, especialmente se parte do fígado for preservada.
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Gastrectomia, saiba o que é e quando é necessária
A gastrectomia é a remoção parcial ou total do estômago, geralmente realizada para tratar condições graves, como câncer de estômago, úlceras gástricas avançadas ou outras doenças que afetam o estômago. Dependendo da extensão da doença, a gastrectomia pode ser parcial, removendo apenas uma parte do estômago, ou total, quando o estômago inteiro é retirado.
Após a gastrectomia, o paciente precisa de acompanhamento contínuo para ajustar sua dieta e evitar complicações, como a síndrome de dumping, onde o alimento não é digerido adequadamente, levando a sintomas como diarreia e náuseas.
Como é o processo de preparação para a cirurgia digestiva?
A preparação para a cirurgia digestiva envolve diversos aspectos, que garantem a segurança do paciente durante o procedimento e contribuem para uma recuperação mais eficiente.
Exames pré-operatórios e avaliação médica
Antes de qualquer cirurgia digestiva para combater incômodos ou doenças digestivas, o paciente passará por uma série de exames pré-operatórios para garantir que está apto para o procedimento. Esses exames podem incluir:
- Exames de sangue, para verificar a função hepática e renal, entre outros indicadores de saúde.
- Endoscopia, especialmente no caso de gastrectomia ou cirurgia do fígado, para avaliar as condições do sistema digestivo.
- Ultrassonografia abdominal, para verificar a presença de lesões no fígado ou outros órgãos.
Esses exames são essenciais para que o médico consiga planejar a cirurgia de forma eficaz e segura, ajustando o tipo de anestesia e os cuidados a serem tomados.
Preparação psicológica e emocional
Além da preparação física, é fundamental que o paciente também passe por uma preparação psicológica antes da cirurgia para se sentir mais seguro. Psicólogos especializados ajudam os pacientes a lidarem com esses sentimentos, reduzindo a ansiedade e proporcionando uma mentalidade mais positiva para o processo cirúrgico.
O que esperar durante a cirurgia digestiva e o pós-operatório?
Uma vez que a cirurgia digestiva tenha sido agendada, o paciente precisa saber o que esperar durante o procedimento e o que vem após a operação. A preparação para a cirurgia envolve etapas que começam antes do dia da operação. Durante o tratamento cirúrgico, que pode ser para combater doenças digestivas, o paciente será anestesiado, geralmente com anestesia geral, para garantir que ele esteja completamente sedado e sem dor durante a cirurgia.
Dependendo da gravidade do problema a ser tratado e do tipo de cirurgia digestiva, o tempo de duração da operação pode variar, mas, em geral, a cirurgia dura de uma a quatro horas.
O procedimento de cirurgia digestiva
A cirurgia digestiva pode ser realizada de duas maneiras principais: cirurgia aberta e cirurgia laparoscópica. A escolha entre essas duas opções de tratamento cirúrgico depende de vários fatores, incluindo a condição do paciente e a natureza do problema a ser tratado. O tipo de cirurgia será avaliado cuidadosamente pelo médico, que levará em consideração o estado geral de saúde do paciente, a gravidade da condição e a localização do problema dentro do sistema digestivo. Isso ajudará a determinar o melhor procedimento, além de influenciar o tempo de recuperação e a complexidade da operação.
Em caso de cirurgia aberta
Na cirurgia aberta, uma grande incisão é feita no abdômen para permitir o acesso direto ao sistema digestivo. Embora esse tipo de procedimento seja eficaz, ele tende a ter um tempo de recuperação mais longo devido à extensão da incisão e ao impacto físico maior.
Em caso de cirurgia laparoscópica
Por outro lado, a cirurgia laparoscópica utiliza pequenas incisões, geralmente de 1 a 2 cm, através das quais uma câmera e instrumentos especiais são inseridos. Este método permite que os cirurgiões realizem a operação com uma visão clara do interior do corpo, minimizando o trauma e proporcionando uma recuperação mais rápida, com menor risco de infecções.
Em ambos os casos, o tipo de anestesia utilizado dependerá da complexidade da cirurgia. A anestesia geral é a mais comum em procedimentos mais invasivos e complexos, garantindo que o paciente esteja completamente sedado e sem dor durante todo o processo.
Recuperação, pós-operatório e tempo de recuperação
Após a cirurgia digestiva, o paciente geralmente passa alguns dias no hospital para monitoramento e controle da dor. O tempo de internação varia de acordo com o tipo de cirurgia realizada, mas em procedimentos menos invasivos, como a laparoscopia, a recuperação pode ser mais rápida.
A recuperação pós-operatória envolve cuidados com a alimentação, a mobilidade e a monitoração de possíveis complicações. A reintrodução de alimentos sólidos será feita de maneira gradual, e o paciente pode ser orientado a seguir uma dieta leve nos primeiros meses.

Quais são os Riscos e Complicações das Cirurgias Digestivas?
Embora a cirurgia digestiva seja um procedimento eficaz, como qualquer cirurgia do cólon, bariátrica, existem riscos e complicações que os pacientes precisam estar cientes.
Complicações comuns e raras
As complicações durante ou após a cirurgia digestiva podem variar bastante dependendo do tipo de procedimento realizado, da saúde geral do paciente e de outros fatores individuais. No entanto, algumas complicações são mais comuns.
- Infecções: Podem ocorrer no local da incisão ou dentro do sistema digestivo. Isso pode ser causado por bactérias durante o procedimento ou devido a uma recuperação inadequada. Os sinais de infecção incluem febre, dor ou vermelhidão na área afetada, pode ser necessário o uso de antibióticos.
- Sangramentos: Embora seja uma complicação normal em qualquer tipo de cirurgia, o sangramento excessivo pode ser mais grave e exigir a intervenção médica, mas o monitoramento ajuda a identificar qualquer sinal de sangramento anormal.
- Problemas respiratórios: Pacientes com condições respiratórias preexistentes, como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), podem ter maior risco de complicações como dificuldade para respirar ou redução da função pulmonar.
Embora essas complicações sejam relativamente comuns, a maioria dos pacientes se recupera sem grandes problemas, especialmente quando segue as orientações médicas e passa por uma avaliação completa antes da cirurgia.
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Como reduzir os riscos durante e após a cirurgia
Para reduzir os riscos durante e após a cirurgia, é essencial seguir as orientações médicas rigorosamente, como tomar os medicamentos prescritos e evitar esforços físicos nas primeiras semanas após o procedimento. Manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios leves, conforme recomendado pelo médico, também ajudam na recuperação.
Conclusão
A cirurgia digestiva é uma ferramenta importante no tratamento de uma variedade de condições graves que afetam o sistema gastrointestinal. Com uma preparação cuidadosa e a escolha de um procedimento adequado, muitos pacientes conseguem melhorar sua saúde significativamente e recuperar sua qualidade de vida.
Se você está considerando uma cirurgia digestiva, é fundamental buscar a orientação de um especialista, que possa avaliar seu caso individualmente e recomendar a melhor opção de tratamento.
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