A cirurgia digestiva é um conjunto de procedimentos realizados no sistema gastrointestinal para tratar ou corrigir distúrbios que afetam o funcionamento adequado do corpo. Esses procedimentos vão desde intervenções simples até cirurgias complexas, que exigem cuidados pré e pós-operatórios rigorosos.
Ao longo deste conteúdo, você vai encontrar explicações sobre:
- Tipos de cirurgia digestiva
- Quando são permitidas
- Quais os principais fatores que influenciam a escolha
- Quais os cuidados necessários em cada etapa
1. Tipos mais comuns de cirurgias digestivas
O sistema digestivo é formado por órgãos como o esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, pâncreas, vesícula biliar, entre outros.
Essas cirurgias são indicadas em diferentes contextos, como em casos de tumores, inflamações recorrentes, sangramentos, distúrbios funcionais ou obesidade.
A escolha do procedimento depende da localização do problema, da gravidade dos sintomas e das condições gerais de saúde do paciente.

Cirurgia Bariátrica, uma solução para a obesidade mórbida
A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com obesidade severa (IMC acima de 40 ou acima de 35 com comorbidades como diabetes, apneia do sono ou hipertensão). É voltada para a redução do estômago, mas obesidade e cirurgia não andam juntos em todos os casos.
Existem várias técnicas disponíveis, sendo as mais comuns o bypass gástrico e a gastrectomia vertical (sleeve), cada uma com suas particularidades.
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Benefícios da cirurgia bariátrica:
Além da perda de peso, a cirurgia proporciona um impacto positivo em diversas áreas da saúde física e mental do paciente. O emagrecimento significativo pode reverter ou controlar várias doenças associadas à obesidade.
- Redução significativa e sustentável de peso, com impacto direto na qualidade de vida
- Controle e até remissão de doenças crônicas, como o diabetes tipo 2
- Diminuição da pressão arterial e dos níveis de colesterol
- Melhora da mobilidade e da disposição para atividades físicas
- Aumento da autoestima e da saúde mental
- Redução de risco cardiovascular, AVC e apneia do sono
O tratamento cirúrgico também contribui para a prevenção de doenças como osteoartrite, esteatose hepática e alguns tipos de câncer relacionados ao excesso de peso.
Obesidade e cirurgia caminham lado a lado quando o paciente já tentou tratamentos clínicos sem sucesso.
Colecistectomia: a remoção da vesícula biliar
A colecistectomia é a remoção cirúrgica da vesícula biliar, responsável por armazenar e liberar a bile no processo digestivo. É um dos procedimentos mais comuns da cirurgia digestiva, sendo indicado quando o paciente apresenta cálculos biliares.
A técnica mais utilizada é a cirurgia laparoscópica, que permite uma abordagem menos invasiva, com pequenas incisões, menor dor no pós-operatório, menor risco de infecção e uma recuperação mais rápida em comparação com a técnica aberta tradicional.
Indicações principais:
- Presença de cálculos biliares com sintomas como dor abdominal intensa e náuseas
- Inflamações frequentes (colecistite crônica ou aguda)
- Pancreatite biliar causada por obstrução das vias biliares
Gastrectomia: remoção de parte ou totalidade do estômago
A gastrectomia é uma cirurgia realizada para tratar diversas condições que afetam o estômago, como o câncer gástrico, úlceras refratárias e também para controle da obesidade. A escolha entre uma remoção parcial ou total depende da gravidade e localização da doença.
Tipos de gastrectomia:
- Gastrectomia total: remoção completa do estômago, indicada principalmente em casos de câncer avançado.
- Gastrectomia subtotal: envolve a retirada de uma parte do estômago, mantendo uma porção funcional.
- Gastrectomia vertical (sleeve): utilizada na cirurgia bariátrica, reduz o estômago a um tubo estreito, diminuindo a capacidade de ingestão alimentar.
Esse tipo de tratamento cirúrgico exige acompanhamento nutricional contínuo, pois pode comprometer a absorção de nutrientes e exigir adaptações alimentares importantes no pós-operatório.
Cirurgia de refluxo gastroesofágico
A cirurgia de refluxo, chamada fundoplicatura, é recomendada para pacientes com refluxo gastroesofágico crônico que não obtêm alívio com medicamentos. Nessa cirurgia, o médico envolve a parte superior do estômago em torno da base do esôfago, fortalecendo a válvula natural que impede o retorno do conteúdo gástrico.
Esse procedimento proporciona alívio duradouro dos sintomas, como azia intensa e inflamação do esôfago, melhorando significativamente a qualidade de vida do paciente. A cirurgia pode ser realizada por via laparoscópica, com rápida recuperação e baixas taxas de complicações.
Cirurgia do fígado
A cirurgia do fígado é indicada em casos de tumores hepáticos, cistos de grandes dimensões, abscessos ou complicações decorrentes de hepatites crônicas. O procedimento vai desde a retirada de pequenas porções até a ressecção de grandes áreas do fígado.
Devido à complexidade anatômica e à vascularização intensa do fígado, essas cirurgias são delicadas e exigem equipes altamente especializadas. A avaliação pré-operatória inclui exames detalhados de imagem e testes de função hepática.
2. Quando essas cirurgias são permitidas e recomendadas?
Nem toda condição digestiva exige cirurgia. Nem toda condição, com ou sem doenças digestivas, exige uma cirurgia. Em muitos casos, o tratamento clínico com medicamentos, dieta equilibrada e acompanhamento médico pode ser suficiente para controlar os sintomas.
A indicação cirúrgica é baseada em diversos fatores, como a gravidade de doenças digestivas, a evolução do quadro. Também são levadas em conta as condições gerais de saúde do paciente, incluindo idade, comorbidades e estado nutricional.
Candidatos ideais para a cirurgia bariátrica
- IMC ≥ 40, ou ≥ 35 com doenças associadas
- Histórico de falha em emagrecimento por dieta e medicamentos
- Comprometimento com o acompanhamento multidisciplinar
Considerações para a colecistectomia
- Dor abdominal intensa devido a cálculos biliares
- Inflamações recorrentes
- Risco de complicações como perfuração ou pancreatite
Quando é indicada a cirurgia de refluxo?
- Azia intensa e frequente
- Lesões no esôfago
- Falta de resposta a medicamentos
3. O papel do diagnóstico no processo de escolha da cirurgia
O sucesso da cirurgia digestiva depende de um diagnóstico preciso e criterioso. A escolha da técnica está ligada diretamente ao tipo e estágio da doença, por isso o ideal é ter acompanhamento médico de um especialista.
Como o diagnóstico médico influencia a escolha da cirurgia digestiva?
Antes da escolha por qualquer indicação cirúrgica, é importante ter diagnóstico profissional para que o médico identifique a condição do paciente e avalie a gravidade, ajudando na:
- Avaliação de riscos e comorbidades
- Identificação da doença e sua extensão
- Escolha da melhor abordagem, se será aberta ou laparoscópica
Exames pré-operatórios necessários para cirurgias digestivas
É indispensável realizar uma avaliação completa do estado de saúde do paciente para garantir segurança, além de ajudar a equipe médica a definir a melhor estratégia em todos os tipos de cirurgia digestiva. Com esses dados, é possível minimizar riscos, por isso sempre são solicitados:
- Endoscopia digestiva
- Ultrassonografia abdominal
- Ressonância magnética ou tomografia
- Exames laboratoriais completos
- Avaliação cardíaca e pulmonar
Esses exames garantem que o paciente esteja apto.
Leia quando puder: Cirurgia bariátrica: como se recuperar bem?
4. Fatores que impactam a escolha de uma cirurgia digestiva
A partir de agora, você verá os principais fatores que influenciam a escolha da cirurgia digestiva.
Idade e comorbidades: influências na decisão cirúrgica
Pacientes idosos ou com doenças crônicas devem ser avaliados com mais cautela pelas suas condições físicas para passar por um processo delicado. Hipertensão, diabetes, doenças respiratórias e cardíacas podem exigir ainda mais exames na fase pré-operatória para garantir uma cirurgia de sucesso.
Os riscos e benefícios de cada tipo de cirurgia
Toda cirurgia envolve uma análise cuidadosa entre riscos e benefícios. Entender isso ajuda o paciente a tomar decisões mais seguras, em parceria com a equipe médica.
Antes de qualquer intervenção, é fundamental conhecer os riscos envolvidos, principalmente em casos de doenças digestivas. Eles variam de acordo com o tipo de procedimento, o estado de saúde do paciente e o preparo pré-operatório.
Riscos possíveis:
- Infecção
- Hemorragias
- Fístulas
- Reações à anestesia
Benefícios esperados:
Da mesma forma, os benefícios são avaliados. Quando os resultados esperados superam os riscos, a cirurgia pode transformar positivamente a vida do paciente.
- Alívio de sintomas
- Melhora do estado geral
- Prevenção de complicações graves

5. Como se preparar para uma cirurgia digestiva
A preparação para uma cirurgia digestiva envolve etapas que impactam diretamente na segurança do paciente e no sucesso da recuperação. O paciente precisa estar totalmente consciente das orientações médicas e seguir à risca cada recomendação.
Orientações pré-operatórias para cirurgias digestivas
As exigências garantem um procedimento seguro e com mais chances de rápida recuperação em todos os tipos de cirurgia digestiva.
- Seguir as recomendações médicas quanto à dieta
- Parar o uso de anticoagulantes se indicado
- Realizar o jejum de 8 a 12 horas
- Estar acompanhado no dia do procedimento
Cuidados pós-operatórios e recuperação
A recuperação varia conforme o tipo de cirurgia e exige total atenção do paciente junto com a equipe médica. De forma geral, recomenda-se:
- Dieta líquida ou pastosa nas primeiras semanas
- Evitar esforço físico por no mínimo 30 dias
- Ingestão adequada de líquidos
- Monitoramento de cicatrização
Acompanhamento médico contínuo é essencial para prevenir complicações em todos os tipos de cirurgia digestiva.
Conclusão
Os tipos de cirurgia digestiva são diversos e cada um possui indicações específicas. Para garantir segurança e eficácia, o processo começa com diagnóstico detalhado, passa por avaliações clínicas e se estende até o acompanhamento no pós-operatório.
Consultar um especialista e seguir à risca as orientações médicas é o caminho mais seguro para obter bons resultados. Agende sua consulta com o Dr. Tiago Cardoso, especialista qualificado e com longa experiência em cirurgias digestivas.
Lembre-se: cada corpo reage de forma diferente e somente um profissional poderá indicar a melhor solução para você.